segunda-feira, 22 de junho de 2009

CRIAÇÃO DE BOI ORGÂNICO E BOI VERDE E PRODUÇÃO DE LEITE ORGÂNICO


Como é a criação de boi orgânico?
O boi orgânico faz parte de um sistema que tem como premissa o economicamente viável, o ecologicamente correto e o socialmente justo. Além do animal ser criado de maneira mais saudável, é preciso que o pecuarista não esteja degradando a natureza e que ele ofereça a seus funcionários boas condições de trabalho e de vida. No sistema de produção do boi orgânico, o pasto não pode conter agrotóxicos ou adubação química. O animal pode receber as vacinas do calendário nacional, mas substâncias como vermífugos, carrapaticidas e hormônios são duramente combatidas. Inicialmente pode-se iniciar o sistema com bezerros desmamados, entre 8 e 10 meses. Futuramente só serão aceitos os bezerros nascidos no sistema orgânico. Por ser criado livre do estresse e em contato com a natureza, o boi orgânico apresenta menores chances de desenvolver doenças. Se acontecer, ele será tratado com medicamento homeopático ou fitoterápico. Se for algo mais grave e o animal precisar de remédio alopático, ele será isolado e permanecerá em um período de carência duas vezes maior do que o determinado para um tratamento convencional. Além de pasto, o boi pode receber sal mineral e até suplementação protéica energética, respeitando-se um percentual de 10% da matéria seca total consumida pelo animal. Os suplementos também não podem ser transgênicos. O primeiro abate nacional de boi orgânico foi realizado em julho/2001, no frigorífico de Nova Andradina- MS, pertencente ao Grupo Independência. A carne já foi comercializada com países do Mercado Comum Europeu, onde o consumo desse produto está consolidado entre a população. Atualmente 7 mil cabeças estão em processo de certificação pelo Instituto Biodinâmico (IBD) que atende às normas da Federação Internacional do Movimento da Agricultura Orgânica (IFOAM).
Quais são os custos e a rentabilidade na produção do boi orgânico?
A diferenciação de custos do sistema orgânico para o convencional é pequena, segundo técnicos pioneiros do Grupo Independência - Nova Andradina-MS. "Percebemos em nossos estudos que a produtividade não caiu e que os custos não aumentaram muito. Agora estaremos abatendo animais de cruzamento industrial com 28 meses, com 460 a 475 quilos". Para que a comercialização do produto se perpetue é preciso uma produção em grande escala. Pesquisas de aceitação do produto no mercado revelam que as pessoas aceitam pagar até 30% mais pela carne, desde que haja a certificação feita por um instituto, comprovando que o produto é realmente proveniente do sistema orgânico. A primeira fazenda certificada no Estado do Mato Grosso foi a Eldorado, em Corumbá, de propriedade do pecuarista Homero José Figliolini. Em uma área de 14,8 mil hectares estão sendo criados 4 mil animais no sistema orgânico. "Já existe até interesse de uma rede mundial de lanches para oferecer hambúrgueres feitos com carne orgânica", (ppimenta@gazetamercantil.com.br/ Paula Pimenta de Campo Grande- Gazeta Mercantil /DF, ano IV - N.º 911 - terça-feira, 24 de julho de 2001)
No que consiste a produção de boi verde?
Segundo os seus idealizadores, produzir o boi verde, consiste na produção natural ou ecológica, aproveitando as condições da propriedade. Ele alimenta-se exclusivamente de capins, seja pastagens ou outros, dispensando o uso de rações e grãos de fora. A diferença deste com o boi orgânico, é que ele não possui selo de uma entidade certificadora. Não exige pesados investimentos em instalações, mão-de-obra ou gastos que oneram o projeto pecuário. Basta dedicar atenção especial à qualidade da comida oferecida aos animais, suplementá-los na hora certa e utilizar um manejo simples, moderno e objetivo para obter um novilho precoce, com pelo menos 16 arrobas, e carcaça pronta em menos de dois anos,e, o melhor, a um custo favorável. Uma das entidades idealizadoras, que apostam na criação do boi verde, é o Núcleo de Criadores de Novilho Precoce do Triângulo Mineiro. Nessa região 130 pecuaristas com um rebanho de mais de 300 mil cabeças, investem na técnica, com excelentes resultados. Estão gastando cerca de R$ 30,00 por arroba para produzir o boi verde e a receita média é de R$ 38,00/arroba. O ganho por novilho de 16 arrobas supera, com folga, R$ 120,00. Considerando-se a diferença da idade de abate, no acerto final, obtém-se margem de lucro 100% superior ao processo tradicional. Para essa entidade de pecuaristas, criar boi verde não é apenas mandar o animal para o pasto. Alguns cuidados são necessários para garantir a fertilidade do solo e do capim, além de complementar a alimentação dos animais com sal mineral de qualidade e fornecer sal proteinado no período da seca. Com esses cuidados, os animais têm condições de enfrentar melhor o período de estiagem e até manter a capacidade de engorda. Uma das vantagens da criação do boi verde, valorizada pelos pecuaristas, é a redução do tempo de abate. Em condições propícias, obtém-se um animal resultante de cruzamento industrial, pronto para o abate entre 18 meses e 24 meses. Pelo método tradicional, esse tempo chega a 3,5 anos. Outro benefício é a qualidade de carne. Como o novilho é abatido novo, sua carne é mais macia e de sabor mais apurado. Vale a pena ressaltar o potencial de exportação, pois o mercado mundial valoriza muito esse tipo de carne e o Brasil possui as melhores condições de produzi-la. Outro fator a considerar é a preferência do consumidor. Pesquisas indicam que ele está propenso a pagar mais por produtos ecologicamente corretos e mais saudáveis. Isso sem falar na relação custo/benefício: menores custos de produção, abate mais cedo e mercado comprador mais promissor. O pecuarista tem muito a ganhar investindo no boi verde. O mercado internacional está se abrindo à carne brasileira. Mas precisamos produzir mais e melhor para ocupar esse espaço. O boi verde poderá ser a nossa resposta à participação no mercado de carne de qualidade.
No que consiste a produção de leite orgânico?
A produção orgânica de leite segue, basicamente, dois princípios: a alimentação das vacas deve ser produzida, majoritariamente, sem agrotóxicos (é permitido incluir apenas de 15% a 30% de produtos não orgânicos na composição de rações) e a medicação dos animais tem que ser natural. Quanto à alimentação, deve-se aproveitar tudo que é produzido na propriedade, de forma ecológica ou orgânica. Como exemplo, na Fazenda São José (Município de Santo Antonio da Posse-SP), de propriedade do Eng. Agr. Roberto Machado, além de leite, produz grande variedade de hortaliças, verduras e alguns grãos, por isso, alimentar o gado de forma adequada não é problema. São cerca de 80 hectares de pastagem, além de capineiras de camerun e plantio de cana. Como toda a fazenda usa métodos orgânicos, as 30 vacas mestiças também recebem grande volume de restos das culturas, o que favorece a diversificação alimentar proposta por esse tipo de manejo. Muitos criadores avançam no caminho da produção orgânica com uso da homeopatia e ervas no tratamento de doenças e cultivo de forragem para o gado sem aplicação de insumos químicos. O tratamento de doenças com chás e extratos de plantas tem mostrado grande eficiência e efeitos até mais rápidos que os de medicamentos alopáticos, garantem os produtores e veterinários. "Alho misturado ao sal ou à ração como repelente de parasitas, chá de camomila, malva ou folhas de goiabeira contra diarréia, chá de erva rubim contra inflamações, folhas de bananeira contra vermes, tudo isso tem eficiência altíssima e substitui os produtos alopáticos". A conversão do sistema de manejo tradicional para o orgânico, segundo os métodos usados pelos veterinários homeopáticos para gado mestiço, leva de um a dois anos e deve começar pela substituição imediata e quase total da alopatia pela homeopatia. Para ser economicamente viável, o alimento orgânico tem que ser produzido na propriedade, e isso demanda um certo tempo. A veterinária paulista Maria do Carmo Arenales, uma das maiores autoridades em homeopatia animal do país, aconselha que, além de ser criado a pasto, na pecuária leiteira orgânica o gado seja mestiço. "Todo o manejo orgânico leva a um aumento da resistência dos animais. Mas é importante que, geneticamente, eles sejam mais resistentes a doenças, o que não acontece com a maior parte das raças européias puras", explica a veterinária.

Há vantagens na produção do leite orgânico?
Produzir leite no Brasil, principalmente em pequena e média escalas, nunca foi atividade muito rentável. A dificuldade dos criadores é constante,e nos últimos anos agravou-se pelo aumento dos custos de produção e pela redução do número das empresas que compram o leite, mas os irmãos Roberto e Eduardo Machado, proprietários da Fazenda São José, em Santo Antônio de Posse, município a 200 quilômetros de São Paulo, vivem uma situação bem diferente com o leite orgânico. Enquanto o preço pago pelas usinas gira em torno de 25 centavos o litro, eles recebem, com a venda direta ao consumidor, por volta de 80 centavos. Com produção de 120 litros de leite por dia, eles têm um rendimento médio de 3 mil reais por mês. A razão do preço maior está no diferencial da produção dos irmãos Machado: o leite é orgânico, e, como todos os produtos ecológicos, tem uma clientela disposta a pagar mais caro por alimentos mais saudáveis. Para os pecuaristas orgânicos "Juntando o que se ganha com a não utilização de agrotóxicos na produção de alimentos e com o uso de medicamentos homeopáticos, muito mais baratos que os alopáticos, a economia pode chegar a 70%. É verdade que a necessidade de mão-de-obra aumenta, mas a redução dos custos de produção e a valorização do produto certamente são Compensadoras".

terça-feira, 14 de abril de 2009

Toxicidade de alguns inseticidas em comparação com o NIM

(Ware, 1994; Farm Chemicals Handbook 1996, Weinzierl and Henn. 1994)

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Toxicidade de alguns produtos de Nim


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Não provoca mutações
Não é cancerígeno
Não é tóxico para organismos benéficos

Relatório sobre substância mosquicida em teste

Primeiro Experimento
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Metodologia
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Realizamos a aplicação do produto FloraNeem em duas propriedades que estavam com animais apresentando mosca dos chifres em quantidade bastante expressiva. Estimamos que deveriam ter aproximadamente 1200 moscas por animal.
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Município: São Gabriel do Oeste - MS
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Animais tratados: 100 vacas da raça nelore, invernada no 23
Animais controle: 300 vacas raça nelore, invernada no 19
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Início do tratamento: 05.02.2001
Término do tratamento: 12.03.2001
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Modo de aplicação: Pulverização com bomba costal marca Jacto, em todo o corpo do animal. Foi pulverizado 5 litros da calda em cada animal, apenas uma vez, período matutino.
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Concentração do produto utilizado: FloraNeem a 2% diluído em água.
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Observações: observamos que as moscas que foram atingidas pela calda no momento da pulverização morreram na hora. O local do corpo do animal onde ficou molhado com a calda, as moscas não sentavam mais.
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O produto FloraNeem manteve os animais tratados sem moscas do chifre por um período de 90 dias consecutivos. O lote controle, neste período ficaram repletos de moscas. Durante este período houve precipitação pluviométrica na média de 20 mm, durante quatro chuvas, ocorridas nos dias 13.02; 22.02 e 08.03.2001.
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Conclusão: O produto nesta concentração experimental foi eficaz no controle da mosca do chifre.
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Segundo Experimento
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Município: Bonito – MS
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Animais tratados: 150 bois de engorda raça nelore
Animais controle: 150 bois de engorda raça nelore
A infestação de moscas do chifre nos bovinos eram de aproximadamente 1000 indivíduos em cada animal
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Início do tratamento: 12.02.2001
Término do tratamento: 26.03.2001
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Modo de aplicação: Produto preparado para aplicação Pour-ON, na concentração de 5% em óleo de soja.
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Utilizamos a quantidade de 10 mL para cada 100 Kg de peso vivo de cada animal. O produto foi distribuído ao longo do lombo, desde a cernelha até a anca. O máximo aplicado foi de 30 mL nos animais que excederam 300 Kg de peso vivo.
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Observações: Observamos que as moscas que foram atingidas pelo produto na hora da aplicação, morreram imediatamente. No local onde o produto se espalhou, as moscas não sentavam mais.
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Resultado do Teste: O produto FloraNeem manteve os animais tratados sem moscas do chifre por um período de 92 dias consecutivos. O lote testemunha ficou repleto de moscas do chifre durante este período. As chuvas ocorreram nos dias 20.02; 28.02; 03.03 e 13.03.2001, com média de precipitação de 30 mm.
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Conclusão: O produto FloraNeem em teste, mostrou ser eficaz na concentração de 5% pour-on, por 92 dias.
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Os veterinários nos informaram que os bois possuem cerca de 25 a 35 moscas por animal, ou seja menos de 10% da quantidade na qual se recomenda intervir com mosquicidas. Já se passaram mais de 90 dias da aplicação. Observaram também um controle efetivo e repelência dos carrapatos. Os que estavam no animal, murcharam e caíram; os outros que estavam no pasto tentavam subir no animal, mas não se fixavam, ou seja, não parasitavam os animais.

Nim no Brasil

Apesar do Nim ser utilizado e estudado em todo o mundo, muitos agricultores brasileiros, talvez devido a falsas promessas da revolução verde, ainda duvidam de suas qualidades, ou aceitam as qualidades da planta com moderação, desejando testá-las antes. Esta consciência de saber que não existem produtos milagrosos na agricultura e que é necessário testar e conhecer melhor as novidades agrícolas, talvez seja o maior benefício desta agricultura convencional insustentável e suicida a qual o agricultor esperto já escapou.

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O agricultores que estão utilizando os produtos do Nim estão percebendo suas qualidades no controle de pragas e algumas doenças nos cultivos e criações:
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Resultados de Pesquisa

Mortalidade de lagartas de Spodoptera frugiperda alimentadas com folhas de milho tratadas com FloraNeem
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FloraNeem (extrato de folhas de Nim)
Testemunha (água destilada) * pela fórmula Abbott
Quinabra Química Natural Brasileira Ltda.
Prof. José Djair Vendramim (Depto. Entomologia - ESALQ)
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Estes resultados expressam o nível de controle que se pode alcançar com os extratos de Nim, ou seja acima de 90%, com a qualidade de não afetar os inimigos naturais (predadores, parasitas e entomopatógenos), desta forma, é possível manter a população da praga a níveis baixos, fora do nível de dano. Entretanto, vale lembrar que é possível se controlar esta lagarta com o uso de Boro no solo ou na semente do milho, segundo Primavesi no livro “Práticas Alternativas de Controle de Pragas e Doenças na Agricltura.
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Em recente pesquisa em um pomar de Acerola no município de Inadiatuba, o agricultor Klaus J. G. Bouillon vem utilizando e comprovando as qualidades do óleo de Nim no controle de pulgões, cochonilhas e ácaros. Está utilizando o óleo e logo estará utilizando-se das folhas de seu plantio de 100 árvores de Nim. As folhas podem ser utilizadas ao fim de 1 ano, onde são feitas podas de formação, retirando-se galhos laterais que saem a menos de 1,5 metros de altura.
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Controle microbiano de pulgões em Acerola em comparação com Óleo de Nim


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Nos próximos artigos sobre o Nim traremos alguns outros resultados de pesquisa e de testes a nível de campo com os produtos do Nim
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• Teste de qualidade e propriedades físicas do óleo de Nim
• Citrus - Manejo de Pragas com produtos de Nim
• Goiaba - Mosca das frutas, efeito repelência
• Morango - Ácaros, controle dos focos na lavoura• Dedetização - locais públicos e residências: baratas, mosquitos, moscas, ácaros
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As aplicações dos produtos do Nim são ilimitados, porém deve-se aplicá-los com critério a fim de se ter maior resposta das qualidades desta milenar planta.
Há empresas fabricando extratos de folhas de Nim, porém o óleo ainda é importado da India e República Dominicana e possui controle de qualidade que podemos assegurar, pois é resultado de um projeto entre aquele governo e a GTZ, onde foi selecionada a variedade de Nim de maior vigor, produção e conteúdo de azadirachtina. Atualmente conta com 5 milhões de árvores em produção e exporta produtos de Nim para todos países do mundo. As mudas produzidas e disponíveis na Nim do Brasil provém também da Rep. Dominicana.

Organismos do solo e o Nim

Um aumento na população de fungos foi observada em solos que receberam torta de Nim entre eles espécies microbivoros e micóphagas de nematóides.

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Entretanto foi observado um incermento na a população de minhocas da espécie Eisenia foetida em solos tratados com folhas e sementes de Nim na concentração de 5% v/v, sob condições de casa de vegetação e campo. A reprodução foi levemente favorecida por um período de 13 dias em um substrato enriquecido com Nim. Vários produtos do Nim foram acrescentados em vasos de cultivo de tomate (1% v/v) e nenhum efeito negativo foi observado (RÖSSNER, J. & ZEBITZ, C.P.W. 1986).
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Número e biomassa de minhocas por m2 no campo

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Espécies encontradas em ordem decrescente de abundância: Allolobophora caliginosa, Lumbricus terrestris, A. chlorotica, A. rosea, L. castaneus, Octolasium cyaneum, L. rubellus.
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Fonte: RÖSSNER, J. & ZEBITZ, C.P.W. 1986, Effect of soil treatment with Neem products os earthworms (Lumbricidae), Proc. 3rd. Int. Neem Conf., Nairobi, pp. 627-632.
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Efeito sobre Organismos benéficos

Estudos de Martinez (2000) mostraram que o óleo de Nim (0,5%) pulverizado sobre joaninhas Cicloneda sanguinea, não provocou aumento de mortalidade, quando comparadas às que receberam apenas água como pulverização.
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Almeida (2001) em trabalhos em pomares de acerola que receberam pulverizações de óleo de Nim, observou um aumento dos pulgões parasitados por microhimenópteros quando comparados a parte do pomar que recebeu pulverizações de Pirimor.
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O efeito residual do Nim é ecológico pois protege ou afeta muito pouco os parasitas e predadores das pragas, resultando assim em um controle mais prolongado das pragas, ou seja, como o Nim não baixa a população dos inimigos naturais das pragas, mas apenas destas.
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Possibilidade de Resistência dos insetos aos extratos de Nim

Alguns trabalhos tem mostrado que o Nim proporciona pouca possibilidade de resistência aos insetos, pois não é uma substância pura como a maioria dos inseticidas existentes no mercado.
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Fatores de resistência (rf)* a Decis (Deltametrina) e extratos de sementes de Nim em duas variedades de P. xylostella, var.1 e var. 2

*rf = DL 50 em variedade tratada / DL50 em variedade não tratada (valor do controle)
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Fato é que não houve sinais significativos de resistência sob as mesmas condições em extrato de sementes de Nim, confirmando a hipótese de que P. xylostella estabeleceria resistência mais facilmente à um inseticida monofatorial (deltametrina) que para um inseticida polifatorial (extrato de Nim).

Nematóides e o Neem

Estudos sistemáticos sobre o uso de produtos FloraNeem contra nematóides parasitas foram iniciados na India na década de 60. Entretanto, trabalhos recentes tem demonstrado que principalmente a torta de nim, que são as sementes após a extração do óleo, utilizado junto ou simplesmente como adubo, possuem a capacidade de afetar o desenvolvimento e reprodução de nematóides fitófagos.

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Diferentes partes da árvore contem um grande número de compostos que são tóxicos aos nematóides, destes os principais são nimbin e salanim.
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Produtos FloraNeem usados no solo são mais tóxicos ao nematóide parasita das plantas após um certo período de decomposição do que imediatamente após a sua adição. Durante a decomposição formam gás de amônia, ácidos graxos livres sendo atribuidos a eles o efeito nematicida. Formaldeido, acetona e fenóis presentes na torta de Nim, também são responsáveis pelo efeito nematicida.
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Fonte: SCHMUTTERER, H. The Neem Tree, source of unique products for integrated pest manegement, medicine, industry and other purposes, Cambridge; Toquio: VCH, 696pp, 1995.
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Vermes Humanos e em animais domésticos

Extrato aquoso de sementes foram bem efetivos contra ascariasis causado por Ascaris lumbricoides ( Medicina Ayurvedica e Unani)
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Extratos de sementes foram usados no controle de vermes em novilhos e caprinos. DEL MORAL R. (1994) constatou 89,8% de eficiência contra Strongyloides sp., 85,7% contra Trichuris sp. E 100% contra Moniezia sp. Os resultados foram melhores que os obtidos com o produto sintético Tetramisol. Vermes de pássaros também foram controlados com FloraNeem.
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Toxicidade de FloraNeem contra fitonematóides

• Folhas de Nim são fitonematicidas tanto frescas, secas ou como extratos fervido.
• Flores, casca da árvore e resina são tóxicas a algumas espécies de nematóides, porém são pouco efetivos no controle. (SIDDIQUI & ALAN, 1985)
• Extrato de raízes de Nim são tóxicos a várias espécies de nematóides. Exudatos de raízes do Nim também possuem poder nematicida e são efetivos contra Hel. Indicus, Hop. Indicus, R. reniformis, T. brassicae, M. incognita entre outros (ALAM et al. 1975)
• Extrato de frutas frescas foram efetivos contra Pratylenchus spp. (GILL, 1972) e outros nematóides parasitas como Hop. indicus, T. brassicae, R. reniformis e M. incognita (SIDDIQUI & ALAN, 1985)
• Sementes moídas ou extrato aquoso delas são nematicidas para o segundo estágio juvenil de M. incognita (MOJUMDER e MISHRA, 1991). Eficiência nematicida varia entre as espécies de nematóides, M. incognita é mais sensível que R. reniformis, T. mashhoodi e Hop indicus, e os nematóides saprofíticos foram menos sensíveis ainda. Extrato de sementes obtido com água fervida também se mostrou efetivo contra R. reniformis.
• Torta é o principal produto do Nim para controle de nematóides. Extrato aquoso foi efetivo no controle de M. incognita, Hop. indicus, T. brassicae e R. reniformis.
• Óleo tem sido pouco utilizado no controle de nematóides. No entanto, o óleo se mostrou não efetivo contra o segundo estádio juvenil de M. incognita.
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FloraNeem impede /ou diminui a eclosão de ovos e penetração de fases jovens de nematóides em plantas tratadas.
O pré-tratamento das raízes das mudas de tomate com FloraNeem, inibiu a penetração de Meloidogyne incognita nas raízes.
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Tratamento com pó de folhas (1 a 5%) em pré- ou pós transplante das mudas de tomate, reduziu o número de galhas, reduziu a população de nematóides e a produção foi aumentada.
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Doses de 5% (v : v) de sementes ou folhas secas moídas causaram fitotoxidade, porém quando se aplica 1% (v : v) uma semana antes do plantio, não ocorre fitotoxicidade.
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Tabela 3: Atividade nematicida de extrato de sementes sobre Meloidogyne incognita em segundo estagio juvenil (L2) - in vitro

Controle das pragas do Tomateiro

Recente tese de mestrado do agrônomo Marcos Aurélio Anequini de Macedo, orientado pelo prof. Dr. Arlindo Leal Boiça Júnior (UNESP-Jaboticabal), mostrou que o FloraNeem controla eficientemente todas as pragas do tomateiro.

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Táticas de controle de pragas em duas cultivares de tomateiro RASTEIRO

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RESUMO – Comparou-se em condições de campo, visando o controle de pragas do tomateiro em duas cultivares de crescimento determinado, as seguintes táticas de controle: a) Convencional (C) – pulverizações com os produtos metamidophos, buprofezin, acephate, cipermetrina, abamectina, permetrin, teflubenzuron e lufenuron, aplicados em intervalos de três a seis dias; b) Manejo Integrado de Pragas (MIP) – nível de ação de cada praga para aplicações de imidacloprid, triflumuron, lufenuron e abamectina; c) MIP-Azadirachta indica (Nim) - nível de ação de cada praga para aplicações do produto comercial FloraNeem (1,2% de azadiractina) a 0,5%.
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As táticas de controle MIP e MIP-Nim foram eficientes no controle das pragas do tomateiro, não diferindo da tática C que apresentou as menores médias de infestação. As táticas de controle reduziram o número de plantas viróticas e as cultivares AP533 e Rio Grande influenciaram a população do pulgão e do tripes, sendo a cultivar Rio Grande mais preferida pelo pulgão e menos preferida pelo tripes em comparação a AP533. As táticas de controle C, MIP e MIP-Nim promoveram maiores produções do tomateiro com incrementos de até 74%. O número de pulverizações foi reduzido em até 74% com as táticas MIP e MIP-Nim, comparado ao método C. O produto natural FloraNeem é uma alternativa promissora no controle de pragas do tomateiro em campo, que se ajusta ao MIP.
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Tabela 8. Porcentagem média de perda por frutos broqueados e produção (t/ha) para comércio in natura e indústria de duas cultivares de tomateiro de crescimento determinado submetidos a três táticas de controle. Pongai, 2001.

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Médias seguidas pela mesma letra minúscula na coluna, não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey. ** 1% e * 5% de significância pelo teste F, ns – não significativo.
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Pragas controladas com o FloraNeem: vetores de virose : pulgões, tripes e mosca branca
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Lepidopteras: Broca-pequena-do-fruto (Neoleucinodes elegantalis), broca-grande-do-fruto (Helicoverpa zea), traças (Tuta absoluta e Phthorimaea operculella);
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Percevejos: percevejo-do-tomate (Phthia picta e Corythaica cyathicollis)
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Besouros: Vaquinha-da-batatinha (Epicauta atomaria), brasileirinho (Diabrotica speciosa), bicho-da-tromba-de-elefante (Phyrdenus divergens e Faustinus),
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Ácaros, grilos, lagarta rosca, mosca minadora.
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Tabela 6. Lista de ingredientes ativos, época e número de pulverizações nas cultivares de tomate de crescimento determinado submetidos a três estratégias de controle de pragas.

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MACEDO M. A. A., Táticas de controle de pragas em duas cultivares de tomateiro rasteiro, Dissertação de mestrado, UNESP, Jaboticabal, SP, 60p, 2003.


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